JOÃO
VITOR WROBLESKI
Trabalho
apresentado ao prof. Dr. Rafael Massuia
na disciplina de Antropologia,
como
requisito parcial de avaliação semestral.
ANALISE
DO RITUAL DE FESTA A FANTASIA DA TRIBO IRATYM.
Este
pesquisador que lhes escreve nesse momento, ao longo de dois anos consecutivos
participou diretamente de um ritual realizado pela tribo Iratym, intitulado Festa
a Fantasia e agora através deste breve texto pretendo expor um pouco sobre esse
ritual que parece ter nesta tribo especifica um significado muito especial
principalmente entre os integrantes adolescentes, os quais o valorizam de
maneira intensa, chegando a se preparar para tal acontecimento ao longo de dois
a três meses.
A
TRIBO IRATYM
Essa
tribo tem aproximadamente ao que nos consta de pesquisadores anteriores
aproximadamente 109 anos, estando situada na região ao sul da América do Sul,
estando a 2671 quilômetros de outra importante tribo da América, a tribo de
Machu Picchu. A tribo Iratym conta com aproximadamente 56 mil integrantes,
tendo estes vindo de diversas partes do mundo e mesclando-se aos nativos da
região, nesse local ocorreu uma grande infestação de estranhos principalmente
dentro de um remoto período de guerras, onde diversos membros de outras tribos
que não possuíam condições de se proteger, refugiaram-se nessa região em uma
covarde atitude de sobrevivência. Essas infestações poluíram em muito a cultura
original da região deturpando-a e a aproximando da cultura das tribos europeias.
O
RITUAL DA FESTA
Esse
ritual do qual tive a oportunidade de acompanhar de muita proximidade, tendo eu
também contribuído diretamente na organização do mesmo, nós parece um ritual de
grande importância não apenas para essa tribo, mas diversas outras de seu
entorno que se deslocam até mais de 150 quilômetros para participar do mesmo,
sendo que seu preparativos podem levar mais de três meses.
O
evento consiste em uma grande festa, que inicia-se as 23 horas e dura em geral
até as 10 horas do dia seguinte. Realizado sempre anualmente no mês de outubro.
É organizado um local especifico com diversos ambientes diferentes montados em
tendas, cada qual com um ritmo musical próprio independente, sendo que os
participantes podem ao longo do ritual deslocar-se de uma tenda a outra.
Os
ritmos musicais são variados e em geral apresentam-se em alto volume, quase
ensurdecedor a ouvidos sensíveis e desacostumados. Os integrantes se amontoam
nos espações sendo difícil o deslocamento.
Cremos
aqui que um do cerimoniais mais importantes do ritual, tem sua realização antes
do inicio do mesmo, consistindo no ato de fantasiar-se de diversas figuras,
alguns integrantes optam por fantasiar-se de figuras comuns do dia a dia da
tribo, figuras com representação profissional na mesma, enquanto tantos outros
fazem as mais inusitadas escolhas, se fantasiando de personagens da mitologia
local e mundial. Em um dos anos que tive a oportunidade de presenciar o ritual,
um dos integrantes fantasiou-se de órgão genital masculino. Muitas vezes
indivíduos machos da tribo se fantasiam de fêmea e vice-versa.
A
maquiagem parece consistir em um aspecto importante e valorizado no processo,
já que se apresenta como abundante nas faces.
Alguns
indivíduos produzem suas próprias fantasias, enquanto tantos outros pagam por
elas.
Durante
a realização de tal evento, os membros da tribo além de perambularem pelos
espaços com o som ensurdecedor presente, também fazem constante ingestão de
substâncias alcoólicas e de outras naturezas psicoativas. Por diversas vezes se
vê álbuns desses membros tendo acessos de vomito e desmaios oriundos desse
consumo desenfreado, mas isso parece motiva-los ainda mais a essa ingestão,
sendo que alguns somente sessão, quando entram em um coma motivado pelo excesso
de toxina no organismo.
Ao longo do ritual presenciamos
por vezes atos de coito, em algumas vezes reservados em cantos, outras vezes
mais evidentes em meio aos outros integrantes. O que é vivenciado com
naturalidade e com constância são os atos preparatórios para um possível coito,
um deles consistindo em um ritual bocal, onde dois membros tocam os lábios
introduzindo a língua um dentro do orifício bucal do outro, vemos tal ritual
ocorrendo com naturalidade o tempo todo durante o evento festivo.
Uma
das coisas que também chamam atenção desse pesquisador que vos escreve, é o
fato de que algumas das fêmeas dessa tribo que ao longo da vida cotidiana
apresentam um comportamento extremamente puritano, sendo capazes de se ofender
diante da menor investida sexual de um macho, durante a festa, ingerem grande
quantidade de álcool e praticam intercurso sexual com diversos parceiros, sem
demonstração de muito pudor. Algumas não o fazem durante o evento se
resguardando para praticar tal ato com o membro que a levará confortavelmente
para casa.
Esse
ritual que a nós pode parecer muito estranho é praticado por membros de
diferentes idades, mas sendo mais comum a presença de adolescentes e jovens
entre 18 a 30 anos, mas não parece ser incomum a entrada de adolescentes com 16
anos, sendo que somente ficam realmente proibidas da participação as crianças
da tribo. O ritual não parece apresentar uma finalidade prática, pois ao final
nada é construído de contribuição à tribo como um geral. E sendo por alguns
membros da tribo questionada a sua realização, principalmente aqueles que
residem nas proximidades e não participam.
Nos
parece bastante pertinente questionar o porque da realização de um evento que
não constrói algo efetivo para uso diário da tribo, e deixa a saúde de vários
membros participantes debilitada.
O
que pode nos parecer ainda mais estranho, é o fato de tal evento não parecer
ter também nenhuma representação religiosa, ou de adoração a uma divindade
especifica.
Ainda
assim, diante de uma inutilidade prática e religiosa, essa festa segue sendo
realizada ao longo de anos, sendo para ela mobilizados diversos recursos, tendo
um alto investimento libidinal, tanto de quem realiza sua organização quanto de
quem participa de sua realização efetiva. Seguimos ainda em um certo aspecto de
desentendimento do sentido especifico desse evento. Somente podendo
acrescentar, que talvez se faça necessário mergulhar de maneira mais profunda
na cultura desse estranho povo, para compreender melhor esse ritual que a
principio pode nos parecer tão fútil e sem sentido.
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