Caro doutor
Insano, sendo você uma das maiores referências em psiquiatria infantil na
atualidade, venho através desta, lhe solicitar um auxilio de suma importância na
minha pratica profissional.
Sou eu
pedagogo em uma escola de pequeno porte, na qual realizo a alfabetização de
crianças de cinco a sete anos. Venho me deparando com uma situação muito
preocupante em relação aos meus alunos. Todas as crianças permanecem sentadas
em suas carteiras, me ouvindo, sem conversar entre si, sem dispersarem sua
atenção, pelas quatro horas de aula, as quais ministro durante suas tardes.
Pasme doutor, mesmo quando utilizo uma voz monótona e tediosa, essas crianças mantém
sua atenção em mim, sem levantarem-se de suas carteiras, sem conversarem entre
si e nem mesmo pedirem para ir ao banheiro.
Essa terrível
situação me preocupa, e venho através desta, lhe questionar qual poderia ser o
diagnóstico de meus alunos, poderia ser contagioso para ter afetado a todos
eles?
Seria uma
nova enfermidade ainda não explorada pela magistral medicina?
Que terrível
doença poderia se manifestar em tal crueldade, a ponto de fazer com que
crianças de cinco a sete anos, no auge da energia vital, fiquem quietas e imóveis
por quatro horas?
Não consigo
em minha leiguisse, compreender que doença seria capaz de tais males, a ponto
de fazer crianças que até então, eram perfeitamente saudáveis: corriam, brincavam,
se agitavam, gritavam, etc., agora permanecerem em um estado catatônico, por
horas a fio, diante de um quadro negro, ouvindo minha voz monótona, sem
contestação, sem gritos de libertação e sem comunicação entre seus pares.
Sendo eu um
pedagogo, limitado aos conhecimentos da minha prática, sem as ferramentas necessárias
para um diagnóstico psiquiátrico, venho pedir ao doutor, que me auxilie,
encontrando qual seria o terrível mal que aflige minhas crianças. E se não for
exagerado de minha parte lhe solicitar ainda mais, questiono qual seria a possibilidade
de tratamento, para que esses indivíduos saiam dessa alienação imposta e voltem
a serem crianças, não mais esses monstros deformados, por esse mal
horripilante.
Sem mais,
agradeço desde já e aguardo sua resposta caro doutor Insano!
Autor: João Vitor Wrobleski
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