sexta-feira, 9 de novembro de 2018

CARTA AO DOUTOR INSANO, PSIQUIATRA INFANTIL.



        Caro doutor Insano, sendo você uma das maiores referências em psiquiatria infantil na atualidade, venho através desta, lhe solicitar um auxilio de suma importância na minha pratica profissional.
       Sou eu pedagogo em uma escola de pequeno porte, na qual realizo a alfabetização de crianças de cinco a sete anos. Venho me deparando com uma situação muito preocupante em relação aos meus alunos. Todas as crianças permanecem sentadas em suas carteiras, me ouvindo, sem conversar entre si, sem dispersarem sua atenção, pelas quatro horas de aula, as quais ministro durante suas tardes. Pasme doutor, mesmo quando utilizo uma voz monótona e tediosa, essas crianças mantém sua atenção em mim, sem levantarem-se de suas carteiras, sem conversarem entre si e nem mesmo pedirem para ir ao banheiro.
       Essa terrível situação me preocupa, e venho através desta, lhe questionar qual poderia ser o diagnóstico de meus alunos, poderia ser contagioso para ter afetado a todos eles?
      Seria uma nova enfermidade ainda não explorada pela magistral medicina?
       Que terrível doença poderia se manifestar em tal crueldade, a ponto de fazer com que crianças de cinco a sete anos, no auge da energia vital, fiquem quietas e imóveis por quatro horas?
      Não consigo em minha leiguisse, compreender que doença seria capaz de tais males, a ponto de fazer crianças que até então, eram perfeitamente saudáveis: corriam, brincavam, se agitavam, gritavam, etc., agora permanecerem em um estado catatônico, por horas a fio, diante de um quadro negro, ouvindo minha voz monótona, sem contestação, sem gritos de libertação e sem comunicação entre seus pares.
      Sendo eu um pedagogo, limitado aos conhecimentos da minha prática, sem as ferramentas necessárias para um diagnóstico psiquiátrico, venho pedir ao doutor, que me auxilie, encontrando qual seria o terrível mal que aflige minhas crianças. E se não for exagerado de minha parte lhe solicitar ainda mais, questiono qual seria a possibilidade de tratamento, para que esses indivíduos saiam dessa alienação imposta e voltem a serem crianças, não mais esses monstros deformados, por esse mal horripilante.
      Sem mais, agradeço desde já e aguardo sua resposta caro doutor Insano!
Autor: João Vitor Wrobleski

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