— Leonardo, como você consegue ser bom em tanta coisa?
— Por que acha que sou bom em muitas coisas?
— Você é pintor, projetista, escultor, inventor, anatomista,
desenhista...
— De fato eu faço todas essa coisas e muito mais. Mas não
significa que faço tão bem assim.
— Bom, talvez seus estudos de anatomia tenham algumas
falhas, mas dadas as suas limitações nessa época em que as pessoas podem ser
queimadas vivas por mexerem com cadáveres, podemos considerar as suas descobertas
como bastante satisfatórias. Quanto a seus trabalhos artísticos, o próprio fluxo
de encomendas creio que deixa clara a sua aptidão.
— Talvez se eu consigo fazer bem tais coisas, é porque não
estou preocupado em fazer mais e melhor, mas sim, deixo a arte fluir. Por isso
que as vezes eu pinto por horas ou até dias sem parar, e outras eu nem toco em
minhas telas. Não sigo o ritmo do cliente que encomendou a pintura, mas sim, o
ritmo da arte que flui em minhas veias. E o fato de eu fazer tantas coisas, não
é porque quero ser famoso com elas. Eu comecei a estudar o corpo humano, por
curiosidade, assim como tantas outras coisas que fiz, apenas as fiz, porque
queria saber como funcionavam, como eram. O que fiz ao longo da minha vida, foi
zelar pela minha alma infantil, a mesma que leva uma criança a quebrar o
brinquedo para ver o que tem dentro. A diferença é que quando eu quebro um
brinquedo, eu construo algo totalmente diferente com os seus pedaços.
— Mas deixando um pouco seus inventos de lado e falando de
suas pinturas, por que não me fala um pouco sobre a Mona Lisa?
— Que tal continuarmos tomando tereré em silêncio?
— Rrss!!!
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