Existem varias formas de criar filhos, as mais variadas possíveis,
nenhuma certa, muitas erradas é obvio, mas certas?... Difícil, comece do princípio
que qualquer coisa que você não aceitaria que seu filho fizesse para você,
jamais deveria fazer para ele. Se um estranho, não pode fazer com seu filho,
você também não pode. São dois princípios que norteiam uma criação que desvia
dos principais erros.
Mas falemos um pouco das lógicas nas quais subjetivamos
nossas crianças, não é incomum que crianças peçam coisas, aliás, isso é o que
elas fazem de melhor, pedir tudo. Como seria diferente? Elas dependem de nós
para a maioria das coisas! Quando uma criança pede algo a seu responsável, este
pode reagir de vários modos: sempre dar o que a criança quer e subjetiva-la em
uma noção de que tudo que quero eu tenho, e não é difícil sabermos as possíveis
consequências; pode pedir algo em troca, seguindo o padrão capitalista no qual
tudo tem um preço, então se a criança quer algo deve tirar uma nota boa, ou
fazer uma tarefa doméstica; ou pode ensina-la uma ideia de solidariedade, na
qual as pessoas se ajudam, nem sempre fazem o que a outra quer, mas quando
podem, fazem algo pelo outro sem esperar nada em troca.
Se você subjetiva a criança em uma lógica capitalista, de
que tudo tem um preço e se ela quer um brinquedo deve cortar a grama, não pode
jamais abrir a boca para reclamar, quando você pedir para ela fazer algo, e ela
te perguntar o que você vai dar em troca.
Se você cria ela em uma lógica solidaria, ou seja, ela pode
fazer coisas por você sem que você tenha que dar algo em troca, tem que estar
pronto para fazer coisas por ela sem pedir nada em troca.
Não importa qual seja a lógica que você usa, todas tem
pontos fortes e aspectos negativos, mas seja qual for à lógica que crie uma
criança, precisa dar conta de sustentar essa lógica.
Mais um adentro, só pode ser considerado fazer algo pela
criança, aquilo que vai para além de sua obrigação. Dar roupas, comida, estudo
e alguns brinquedos, é obrigação legal, a partir do momento que você assume a
guarda de uma criança, não é favor, ou você faz, ou você faz. Só é de fato pela
criança, aquilo que vai para além disso.
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