A tecnologia e mordomia em excesso
estão imbecilizando as pessoas. Não sou contrario a tecnologia, seu uso
possibilitou a realização de coisas que em outras épocas seriam impensáveis e
principalmente permitiu que com a produção em escala pessoas de menor condição
financeira, acessassem produtos anteriormente destinados somente aos exploradores.
O que tem me preocupado, não é o uso
da tecnologia, mas sim a dependência desta. Temos pessoas tão acostumadas a
fazer tudo pelo celular, que chegam a ter crises de abstinência quando a carga
da bateria acaba. As pessoas estão acostumadas a comprar pelo celular, serem
informadas de seus compromissos, e tantas outras atividades que demandariam
alguma habilidade mental, mas que ao ser feita pelo aparelho, não exige esforço
algum. Por exemplo, quantos de nós conseguimos fazer uma conta de divisão como
1245/654 sem pegar uma calculadora? Já estão cogitando a possibilidade de não
ensinar mais as crianças a escreverem com caneta e papel, alfabetizá-las na
digitação. Mas e como fica o desenvolvimento motor fino proporcionado pela
atividade manuscrita? Além do fato de que quando não tiver um computador em
mãos, ou faltar luz, esse sujeito se encontrará impotente, sem capacidade de
registrar nada.
Muitos podem afirmar que
conhecimentos básicos, como a manuscrita, realização de operações matemáticas e
outros, são tão dispensáveis quanto saber fazer fogo com pedra ou um par de
gravetos, quase ninguém sabe fazer e não costuma ser um problema, já que em
todo lugar existe fósforo ou isqueiro. Talvez essa afirmação até tenha seu
sentido, como certa vez uma professora que defende esse tipo de alfabetização
digital afirmou ao ser questionada como um aluno faria para escrever quando não
tivesse um computador ao seu dispor, ela respondeu: “Do mesmo modo que qualquer
aluno escreve quando não tem uma caneta”. Claro contabilizamos não ter uma
caneta, nem lápis, nem nada que possa escrever, ou seja, não faz. A afirmação
dela está correta, já que hoje os computadores e celulares em alguns países
estão quase tão comuns quanto uma bic, e assim como um aluno pode estar sem
computador a seu dispor, ele também pode ficar sem caneta, mas ainda penso que
eu consigo imaginar varias formas de improvisar uma caneta ou lápis, com um
pedaço de cascalho ou carvão, mas não consigo imaginar nenhuma forma de
improvisar um computador.
Tirando a questão de fazer falta ou
não os conhecimentos básicos em si, o que me preocupa mais, é que a dependência
da tecnologia esta imbecilizando as pessoas, elas estão perdendo a capacidade
de pensar, refletir, observar com atenção e levantar hipóteses. Todo o
desenvolvimento intelectual proporcionado pela observação e reflexão está se
perdendo, começo a pensar, que não muito distante em um tempo futuro, o carro
de uma pessoa vai quebrar na estrada e se seu celular não estiver pegando área
de cobertura, ela irá morrer de cede e fome, dentro do carro, porque não pensou
na possibilidade de caminhar até um posto de combustível para pedir ajuda.
Parece exagero, mas já presenciei pessoas que deixaram de preparar o almoço,
porque acabou a luz e elas não podiam acender a chama do fogão no acendedor automático.
Em nenhum momento elas pensaram em utilizar um fósforo ou isqueiro, para essa
finalidade. Estamos perdendo a capacidade de refletir sobre as coisas simples
do dia a dia.
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