quinta-feira, 28 de setembro de 2017

LÓGICA INFANTIL

Existem varias formas de criar filhos, as mais variadas possíveis, nenhuma certa, muitas erradas é obvio, mas certas?... Difícil, comece do princípio que qualquer coisa que você não aceitaria que seu filho fizesse para você, jamais deveria fazer para ele. Se um estranho, não pode fazer com seu filho, você também não pode. São dois princípios que norteiam uma criação que desvia dos principais erros.

Mas falemos um pouco das lógicas nas quais subjetivamos nossas crianças, não é incomum que crianças peçam coisas, aliás, isso é o que elas fazem de melhor, pedir tudo. Como seria diferente? Elas dependem de nós para a maioria das coisas! Quando uma criança pede algo a seu responsável, este pode reagir de vários modos: sempre dar o que a criança quer e subjetiva-la em uma noção de que tudo que quero eu tenho, e não é difícil sabermos as possíveis consequências; pode pedir algo em troca, seguindo o padrão capitalista no qual tudo tem um preço, então se a criança quer algo deve tirar uma nota boa, ou fazer uma tarefa doméstica; ou pode ensina-la uma ideia de solidariedade, na qual as pessoas se ajudam, nem sempre fazem o que a outra quer, mas quando podem, fazem algo pelo outro sem esperar nada em troca.
Se você subjetiva a criança em uma lógica capitalista, de que tudo tem um preço e se ela quer um brinquedo deve cortar a grama, não pode jamais abrir a boca para reclamar, quando você pedir para ela fazer algo, e ela te perguntar o que você vai dar em troca.
Se você cria ela em uma lógica solidaria, ou seja, ela pode fazer coisas por você sem que você tenha que dar algo em troca, tem que estar pronto para fazer coisas por ela sem pedir nada em troca.
Não importa qual seja a lógica que você usa, todas tem pontos fortes e aspectos negativos, mas seja qual for à lógica que crie uma criança, precisa dar conta de sustentar essa lógica.

Mais um adentro, só pode ser considerado fazer algo pela criança, aquilo que vai para além de sua obrigação. Dar roupas, comida, estudo e alguns brinquedos, é obrigação legal, a partir do momento que você assume a guarda de uma criança, não é favor, ou você faz, ou você faz. Só é de fato pela criança, aquilo que vai para além disso.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

HIPOCRISIA ACADÊMICA

Um de meus mentores na psicanálise costumava citar um professor seu, afirmando que: “A universidade é o espaço com maior numero de imbecis por metro quadrado.” Essa afirmação dele, sempre me gerou certo asco, pois eu sempre tive certa admiração por meus professores, mas o tempo de curso vai passando, você vai convivendo e percebendo varias coisas que estavam encobertas pelo encanto inicial. É como um namoro, nos primeiros meses o outro é perfeito, feitos um para o outro, conforme o convívio se dá, fica evidente que o outro nem sempre toma banho, não é calmo e educado todos os dias, não tem muita noção do que diz em certos momentos... Não é diferente na academia.
O que mais percebi ao longo dos anos, foi à hipocrisia existente nesse meio. O que para mim é bem triste, já que hipocrisia é uma das coisas que mais desprezo. Por exemplo: no curso de psicologia, com frequência os professores nos alertam sobre as lógicas impostas e naturalização do sofrimento. Não devemos estar de acordo com lógicas naturalizantes que afirmam que a vida sempre foi assim, que o trabalho faz sofrer mesmo e as pessoas devem se acostumar a isso. Longe de mim discordar, de fato as lógicas naturalizantes são horrendas. A questão, é que quando os alunos afirmam para o professor que aquele ritmo de aula os gera sofrimento, pois não estão dando conta de todas as matérias, que o numero de provas e trabalhos está incompatível com o tempo disponível para estudo, o que esses alunos ouvem, é que sempre foi assim, todas as turmas anteriores deram conta, como que a de vocês não vai conseguir? Ninguém para pra perguntar qual foi o custo psíquico para essas turmas anteriores, e fazem comparações ridículas, como se de fato uma turma pudesse ser comparada a outra, como se em momento algum existisse singularidade.
Já ouvi professores afirmando que nenhum aluno deles conseguiu escrever coisas brilhantes como: Freud, Schopenhauer ou Nietzsche. Mas ai fico me recordando, que esses três autores foram muito desprezados pelas universidades nas quais deram aulas, e que soo escreveram o que escreveram, porque em geral negaram boa parte do que era dito até então, e fizeram afirmações novas, ou releituras que outrora foram rejeitada. Ambos tiveram suas escritas rejeitas e repudiadas por muito tempo, antes de se tornarem os grandes nomes que se tornaram. E o que ocorre na academia atualmente? Quando um aluno escreve algo autoral, diferente, em uma linguagem própria, o que ele irá ouvir do orientador ou de uma banca, é que sua forma de escrita está inadequada aos padrões acadêmicos. Mas ai lhes pergunto: Como escrever algo inovador, autoral e genial como autores citados anteriormente, se somos presos a um molde hipócrita? E como querer que um limoeiro naturalmente produza laranjas.
Em estágios de atuação profissional, aprendemos cuidadosamente tudo que deve e não deve ser feito em campo, mas quando vamos de fato atuar, nos é indicado que façamos coisas que jamais deveríamos fazer e vemos nossos professores fazendo muitas vezes o inverso de tudo que ensinaram em sala. Nos dizem que não devemos pactuar com crimes e lógicas criminosas, mas quando presenciamos atos criminosos no estágio, somos orientados a nos calar para não perder o campo de estágio.

A hipocrisia se acumula as pilhas nas universidades.

terça-feira, 19 de setembro de 2017

LÍNGUA TRAVADA

Tenho uma enorme dificuldade com a língua portuguesa, afinal a forma falada se diferencia da escrita, a função da escrita, não é representar a fala, nem a fala tem consonância com a grafia, mas ambas se relacionam e se modificam.


Um grupo de símbolos incapaz de simbolizar o que se deseja, afinal, existe mil maneiras de dizer eu te amo, mas nenhum delas conseguirá refletir o que ocorre no organismo que de fato ama, todas as palavras do mundo são insuficientes para explicar a sensação de agonia em conjunto com libertação, de desespero e paz, de falta e completude, tudo junto e ao mesmo tempo. Nenhuma palavra do mundo será algum dia capaz de ser fiel ao significado de um sentimento.
Ironicamente, o Aurélio sempre tão falante, é incapaz de falar qualquer coisa, as palavras que vem dar significado, são insignificantes. A escrita que vem para registrar informações, nada registrou, pois toda palavra é inevitavelmente mentirosa. Toda e qualquer palavra é incapaz de transmitir o significado do que deveria significar.
Palavras sem sentido e sem significado, mas que ainda assim, tentam significar a nossa vida. Grupo de símbolos que só podem ser interpretados por um vulnerável acordo social, mas que ainda assim, sua interpretação está submissa: à ironia, sarcasmos, duplos sentidos, trocadilhos, duplos significados e resignificações. Um estrangeiro pode estudar fielmente nosso vocabulário, aprender que a mesma palavra manga designa uma fruta, mas também uma parte da peça de roupa; que o teclado, pode ser numérico, da calculadora, teclado do computador e ainda assim, um instrumento musical. Mas, dificilmente compreenderá o sentido de se chamar uma mulher de gostosa, pois é difícil o livro didático que signifique essa palavra para além do apreço culinário, ou ocupacional. A linguagem não é mecânica, ela é carregada de cultura e sentimentos, apesar de ser incapaz de representar os sentimentos e definir a cultura.
Freud nos dizia que traduzir é trair, pois nenhum texto traduzido consegue transmitir o sentido do texto original, mas me questiono: E o texto original? Foi capaz de transmitir o pensamento do autor? E o pensamento? Foi capaz de transmitir o Real? Não apenas traduzir é trair, mas pensar, falar e escrever também o são, pois nunca representaremos em palavras nossos pensamentos, sendo estes também, um recorte insignificante do mundo, que se limita a nossa própria ignorância.


domingo, 17 de setembro de 2017

A TECNOLOGIA ESTÁ NOS IMBECILIZANDO

A tecnologia e mordomia em excesso estão imbecilizando as pessoas. Não sou contrario a tecnologia, seu uso possibilitou a realização de coisas que em outras épocas seriam impensáveis e principalmente permitiu que com a produção em escala pessoas de menor condição financeira, acessassem produtos anteriormente destinados somente aos exploradores.


O que tem me preocupado, não é o uso da tecnologia, mas sim a dependência desta. Temos pessoas tão acostumadas a fazer tudo pelo celular, que chegam a ter crises de abstinência quando a carga da bateria acaba. As pessoas estão acostumadas a comprar pelo celular, serem informadas de seus compromissos, e tantas outras atividades que demandariam alguma habilidade mental, mas que ao ser feita pelo aparelho, não exige esforço algum. Por exemplo, quantos de nós conseguimos fazer uma conta de divisão como 1245/654 sem pegar uma calculadora? Já estão cogitando a possibilidade de não ensinar mais as crianças a escreverem com caneta e papel, alfabetizá-las na digitação. Mas e como fica o desenvolvimento motor fino proporcionado pela atividade manuscrita? Além do fato de que quando não tiver um computador em mãos, ou faltar luz, esse sujeito se encontrará impotente, sem capacidade de registrar nada.
Muitos podem afirmar que conhecimentos básicos, como a manuscrita, realização de operações matemáticas e outros, são tão dispensáveis quanto saber fazer fogo com pedra ou um par de gravetos, quase ninguém sabe fazer e não costuma ser um problema, já que em todo lugar existe fósforo ou isqueiro. Talvez essa afirmação até tenha seu sentido, como certa vez uma professora que defende esse tipo de alfabetização digital afirmou ao ser questionada como um aluno faria para escrever quando não tivesse um computador ao seu dispor, ela respondeu: “Do mesmo modo que qualquer aluno escreve quando não tem uma caneta”. Claro contabilizamos não ter uma caneta, nem lápis, nem nada que possa escrever, ou seja, não faz. A afirmação dela está correta, já que hoje os computadores e celulares em alguns países estão quase tão comuns quanto uma bic, e assim como um aluno pode estar sem computador a seu dispor, ele também pode ficar sem caneta, mas ainda penso que eu consigo imaginar varias formas de improvisar uma caneta ou lápis, com um pedaço de cascalho ou carvão, mas não consigo imaginar nenhuma forma de improvisar um computador.

Tirando a questão de fazer falta ou não os conhecimentos básicos em si, o que me preocupa mais, é que a dependência da tecnologia esta imbecilizando as pessoas, elas estão perdendo a capacidade de pensar, refletir, observar com atenção e levantar hipóteses. Todo o desenvolvimento intelectual proporcionado pela observação e reflexão está se perdendo, começo a pensar, que não muito distante em um tempo futuro, o carro de uma pessoa vai quebrar na estrada e se seu celular não estiver pegando área de cobertura, ela irá morrer de cede e fome, dentro do carro, porque não pensou na possibilidade de caminhar até um posto de combustível para pedir ajuda. Parece exagero, mas já presenciei pessoas que deixaram de preparar o almoço, porque acabou a luz e elas não podiam acender a chama do fogão no acendedor automático. Em nenhum momento elas pensaram em utilizar um fósforo ou isqueiro, para essa finalidade. Estamos perdendo a capacidade de refletir sobre as coisas simples do dia a dia.

sábado, 16 de setembro de 2017

HISTÓRIA DO CONHECIMENTO

Ao longo da história da humanidade, fomos descobrindo o pensamento, o ensaio da ação, como nos diria Freud. O pensamento e sua organização nos possibilita antecipar situações, levantar hipóteses das consequências de nossas decisões, entre outras coisas. De maneira geral, através do pensamento planejamos nossas vidas, ou sonhamos com vidas que desejaríamos ter vivido, ou que ainda gostaríamos de viver.
O pensamento não nasceu pronto, não da forma que o conhecemos hoje. O ser humano nem sempre teve essa “enorme” capacidade criativa, de analise e simbologia. Como todo animal, nós, de maneira instintiva, privilegiamos a sobrevivência acima de tudo, e em um mundo de escassez de alimento, pensar para além de onde encontrar comida e como pegar, configuraria um desperdício de energia ao qual o ser humano não poderia se dar ao luxo.  Por mais que algumas pessoas cheguem a utilizar como motivo de sátira, pensar sim demanda um investimento absurdo de energia, tanto, que só nos tornamos capazes de pensar, após termos sobra de alimento. Alguns teóricos afirmam que a carne desenvolveu papel fundamental nesse movimento evolutivo, pois o consumo de carne teria possibilitado acúmulos de cargas energéticas que permitiam tanto um desenvolvimento maior do cérebro, como um investimento em atividades menos essências a vida como pensar, divagar e acumular informações. Pessoalmente, prefiro atribuir esse feito ao fogo, acredito embasado em teóricos diferentes dos primeiros, que com o fogo, o ser humano tendo o alimento pré-digerido, teve por um lado um menor desgaste energético na tarefa de digestão, e também a possibilidade de maior consumo de alimento, como consequência ao excedente de energia, começamos a desenvolver outras habilidades, que até então não se tinha a possibilidade.
Apesar das controvérsias e dúvidas sobre o desenvolvimento da capacidade de pensamento do ser humano, alguns pontos tem certa concordância universal dentre os que estudam essa área, dentre esses pontos, podemos citar o fato de a primeira tentativa de explicação do mundo, por tanto uma forma de sistematizar o pensamento e conhecimento, foi o conhecimento religioso, ou místico, como certos estudiosos preferem chamar. O misticismo, apesar de uma forma primaria e falha de conhecimento e sistematização do pensamento, ainda configura como um grande ponto de partida, que possibilitou o desenvolvimento de formas mais complexas e me arriscaria a dizer, mais completas. A forma de pensamento que vem para complementar o religioso, seria o pensamento filosófico, que de inicio apresenta grandes ligações com o anterior, até Nietzsche, filósofo que da sequência ao ideal estabelecido por Schopenhauer, no qual os estudos religiosos deveriam ficar para a teologia, enquanto a filosofia deveria se ocupar dos demais assuntos. A partir da filosofia, se criou a forma de pensamento vigente para nós, o pensamento científico.

Para quem deseje saber mais sobre esse tema, assista ao vídeo:

terça-feira, 12 de setembro de 2017

O QUE ENGORDA É O PENSAMENTO.

Seguem alguns dos pensamentos que enquanto você mantiver, dificilmente conseguirá emagrecer:



“SÓ COMO ‘ISSO’ DE VEZ EM QUANDO”: Se você acredita que não é saudável comer de maneira regular, não deveria comer nunca. Só come torta uma vez por mês, só come salgadinho uma vez por quinzena, só come fritura uma vez por semana, só come chocolate uma vez por semana. Quanto você junta tudo, um dia salgadinho, outro bombom, outro coxinha, percebe que está comendo porcaria todo dia.

“VOU COMER ‘ALFACE’ (ou qualquer outro alimento) PORQUE EMAGRECE”: Primeiro que ninguém sobrevive saudavelmente comendo só um tipo de alimento, segundo, que não é um alimento que te faz emagrecer, mas sim a relação entre todos os alimentos que você consome. Enquanto você tiver se alimentando de porcarias, continuará ganhando peso, não importa o que coma, se você não elimina o que não deveria comer.

“NÃO COMO CENOURA (ou outra fruta e verdura) PORQUE TEM MUITO AÇUCAR E ENGODA”: Olha, não sei você, mas eu não conheço ninguém que tem uma alimentação super saudável e ganhou 20 kg por comer cenoura o dia inteiro. É mais fácil dizer que a água te engorda, do que admitir, que talvez seja aquela caixa de bombom que você come antes de dormir!

“VOU FAZER UMA DIETA DE UM MÊS PARA EMAGRECER”: Isso funciona para atletas de modalidades que precisam perder e ganhar peso em intervalos curtos de tempo, jamais funcionará para alguém que quer manter um peso estável por longo tempo, o que faz emagrecer é um hábito alimentar, aquilo que você consome com frequência pelo resto da sua vida, e não o que você consome de maneira frenética por uma semana ou um mês.

“E SE EU FIZER ISSO, EU PERCO QUANTOS QUILOS EM QUANTO TEMPO?”: Na maioria das vezes, quando você está fora do peso, é porque já trás maus hábitos alimentares a muitos anos, quando não pela vida toda. Querer perder em um mês o que muitas vezes acumulou ao longo de dez anos, é besteira e nunca conseguirá de maneira saudável, a primeira preocupação é a saúde, a perda de peso é uma consequência.

“EU NEM COMO TANTO ASSIM”: Tire uma foto com seu celular de cada coisa que você come ao longo do seu dia, desde uma bala, até o seu prato de almoço e ao final da semana revise todas as fotos e faça uma lista de tudo que você comeu. Perceberá que a maioria das pessoas sempre acha que come menos, do que realmente come.

“VOU PASSAR A COMER ISSO, ISSO E MAIS ISSO”: Poucas pessoas resistem a uma grande restrição alimentar, pois nosso organismo naturalmente busca a variedade, para suprir todas as carências nutricionais, por tanto, é muito mais fácil, você deixar de comer um único alimento, do que passar a comer apenas um grupo seleto. Quando você elimina um alimento do seu hábito alimentar, você ainda mantem todas as outras opções do mundo, sendo muito mais fácil persistir e conquistar, a cada conquista você multiplica forças para eliminar outro alimento do seu hábito. Diferente de se você tentar se alimentar com cinco alimentos, que cada vez que você comer algo que não seja um deles se sentirá fracassado e terá menos empenho para tentar seguir. Comece por eliminar aquilo que faz mais mal e você tem um apreço menor, assim será mais fácil conseguir o objetivo. Ex: Você não gosta muito de refrigerante, que é puro açúcar, corante e tudo que não presta, diga-se de passagem, mas em fim, você já não é tão fã de refrigerante, mas vez ou outra toma. É uma primeira boa opção para eliminar da sua vida, pois não será tão difícil, e a conquista dessa eliminação, te dará força e animo para tentar coisas mais difíceis, como, vamos supor frituras.

“NÃO TEM PROBLEMA EU COMER ‘ISSO’ PORQUE DEPOIS EU FAÇO ACADEMIA”: Dificilmente uma pessoa que está com sobrepeso vai conseguir perder em exercícios físicos as calorias que consumiu do alimento, e se tentar tem grandes chances de se machucar por excesso de atividade. Além do fato, que perder peso, jamais deve ser pela aparência, mas sim pela saúde, e do ponto de vista de saúde, não adianta você retirar o veneno que está no seu corpo, com exercícios físicos, se você continua absorvendo veneno novo. Não esqueçam que pessoas magras também têm: colesterol, hipertensão, diabetes.

“VOCÊ ACHA QUE EU ESTOU GORDO(A)?: A percepção do que é gordo ou não, é totalmente relativo de pessoa para pessoa. Conforme como ela se vê, o que ela gosta, o que ela entende por saudável... até poucos anos atrás, se você pergunta-se para uma mãe, ela te diria que criança saudável tinha que ser ‘rechonchuda, gordinha...’ hoje se uma mãe falar isso, é linchada em praça publica. A noção de ser gordo ou não, é totalmente relativa e envolve questões de distúrbios de imagem, já a massa corporal, a balança e um calculo matemático te diz, ainda corre o risco de erros, mas menor do que o simples achismo de alguém.
Desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o cálculo do peso ideal é feito utilizando a fórmula IMC = peso / (altura x altura). Segundo a OMS, o índice normal é entre 18,5 e 24,9. Existem sites na internet e até mesmo aplicativos que auxiliam nesse calculo e inclusive lhe dão qual seria o mínimo e máximo peso esperado, para sua altura e biótipo.
Caso mesmo estando no IMC ideal, a pessoa se veja gorda ou magra demais, é importante buscar um profissional da psicologia para analisar se não existe um sofrimento de distúrbio de imagem. Vigorexia quando a pessoa se vê magra, mesmo estando dentro do saudável ou até mesmo acima, anorexia quando a pessoa se vê obesa mesmo estando no peso ideal, ou até mesmo muito abaixo.


Trabalhar todos esses pensamentos pode ajudar a emagrecer, criar hábitos saudáveis, e persistir nesses novos hábitos, que nem sempre são fáceis. Emagrecer jamais deve ser o objetivo, a saúde sim, hábitos saudáveis trazem o IMC ideal como consequência. Não seja submisso a padrões e normas estéticas, cultive uma vida saudável e de bem estar consigo e deixe que o seu corpo apenas revele o seu eu.

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

RESUMO DE UM CONTO ZEN

Um templo budista vinha passando por dificuldades financeiras, e estava com sérios comprometimentos estruturais. Preocupados com o futuro, os discípulos vão falar com seu mestre.

Discípulos: — Mestre, nosso templo está desabando, precisamos reconstruí-lo.
Mestre: — Eu sei meus discípulos, mas não temos dinheiro para reconstruir.
Discípulos: — Mas o que faremos então mestre?
Mestre: — Há somente uma solução, como não temos dinheiro, vão até a cidade e roubem o máximo que puderem, para que desse modo tenhamos dinheiro para restaurar o templo.
Discípulos: — Mas mestre?! Roubar?! Isso não é errado?
Mestre: — Somente será errado se alguém vê vocês roubando. Então se forem fazer, não deixe que ninguém absolutamente ninguém os veja.
Todos os discípulos saem em direção à cidade, apenas um permanece limpando o chão daquele templo prestes a desabar, então o mestre se aproxima dele e pergunta:
Mestre: — Não vai com seus irmãos a cidade?
Discípulo: — Não tenho o que fazer lá mestre, disse que só poderíamos roubar, se ninguém nos visse roubando, mas eu sou alguém e eu sempre verei minhas ações. Por tanto sempre terá alguém vigiando.

Mestre: — Você meu discípulo, foi o único a entender, que não é o templo físico que está desabando, mas sim nosso templo espiritual, seus irmãos estão tão preocupados com bens físicos, que esqueceram que eles são alguém, nem mesmo se veem mais, como seres.

domingo, 3 de setembro de 2017

FILHOS NA CAMA DO CASAL

Temos uma construção sociocultural, na qual, é esperado que um casal tenha momentos de intimidade, como compartilhamento das atividades diárias, troca de carinhos e ato sexual. Não trata-se de uma obrigatoriedade, mas algo socialmente construído que é esperado, já que assim somos ensinados ser o correto, ou no mínimo habitual.


Quando um casal leva um de seus filhos ou o único filho/filha, para sua cama, a criança obviamente se torna uma barreira para essa intimidade, tanto na conversa e compartilhamento do dia, quanto na prática sexual, ao menos espera-se que essa criança torne-se uma barreira, porque afinal, se mesmo com a criança na cama, esse casal pratica relações sexuais, entendemos em nossa cultura que existe um crime sendo cometido ai, quanto a conversa, normalmente crianças interrompem a fala dos pais, então não é fácil manter um dialogo longo em companhia de uma criança. Excluindo as situações de crime declarado, temos um casal que está se utilizando de uma criança para evitar sua intimidade esperada, isso pode ser consciente ou inconsciente, de um ou ambos os parceiros.
Podemos entender que um casal que leva a criança para sua cama, tendo condições financeiras, de mantê-la em um quarto e cama própria, está se utilizando dessa criança como uma barreira para o casal. Aqui, excluímos os casos nos quais a casa possui um único quarto ou o casal não tem condições de comprar uma cama para a criança, mas nesses casos um auxilio da assistência social seria saudável.
Com as resalvas feitas, um casal que mantenha filhos em uma mesma cama, está declaradamente demonstrando um sintoma de um casamento doente, no qual a criança vem sendo usada como uma “desculpa” para evitar a intimidade do casal. Isso não apenas expõe a criança a riscos físicos, estando na mesma cama que seres com quatro vezes o peso dela, como também a expõe a sérios riscos de saúde psíquica, sendo usada como uma barreira, uma simples ferramenta ou sintoma do relacionamento dos pais.
Temos também a questão de que uma criança dormir em uma mesma cama que um adulto, pode criar nela o entendimento de que isso é “normal” e aceitável, tornando-se uma facilitação para a pedofilia. Entenda-se bem, não é que uma criança que dorme com um adulto, ou adultos, necessariamente vai ser abusada, ou está vulnerável a todos os males do mundo, mas quando outro adulto convida-la para deitar-se na mesma cama, com intenções sexuais, a criança não vai considerar estranho o convite, porque afinal para ela virou habitual deitar na mesma cama que adultos. Diferente de uma criança que não tivesse esse hábito, que poderia minimamente estranhar o convite e apresentar resistência, o que dificultaria o abuso.
Por esses e outros motivos, me posiciono totalmente contrário a uma criança estar na mesma cama que um adulto, ao mesmo em nossa cultura e forma de construção social. Costumo sempre dizer, e me perdoem o trocadilho, tudo aquilo que você estranharia um estranho fazer com seu filho, você também não deveria fazê-lo. Se você não vê com normalidade um estranho deitar-se na mesma cama que seu filho ou filha, por que seria normal você deitar-se?
Se essa ação fosse vista com menos naturalidade, evitaríamos inclusive boa parte dos abusos de crianças dentro das casas, por parte de um dos pais, não é inédito e nem mesmo incomum, encontrarmos situações nas quais, um dos pais abusa da criança enquanto o outro dorme, e até outras, nas quais ambos os pais abusam da criança como mencionei anteriormente, me referindo como situação criminosa declarada. Sei que os pais sempre tem o abuso sexual facilitado, pois a criança é dependente deles e por tanto submissa aos mesmos, mas quando você coloca essa criança na mesma cama que você e seu, ou sua, parceira, você está abrindo uma porta de entrada a mais para facilitar um abuso. Em uma sociedade na qual cada vez mais ficamos sabendo de abusos sexuais envolvendo crianças, dificultar esses abusos, é muito mais interessante do que facilita-los. E quanto a casais que estão usando a criança como ferramenta para evitar intimidade, um casamento doente não faz bem para o próprio casal e acaba refletindo no desenvolvimento da criança, terapia de casal é uma excelente alternativa para esses casos.

Espero que entendam meus argumentos e ponderem a validade dos mesmos.