sábado, 9 de junho de 2018

AS TRÊS PRINCIPAIS FORMAS DE ACESSO AO CONHECIMENTO


      Temos três formas básicas de acesso ao conhecimento: Mitologia, Filosofia e Ciência.


            Na primeira e mais antiga, o ser humano buscou explicar o mundo através de deuses e suas vontades. Nesse período o que hoje é distinguido como fantasia e realidade, não fazia sentido, pois o mito era a forma mais eficiente de compreender a realidade. Mas essa eficiência foi se tornando questionável, a cada nova experiência vivida o mito se tornava mais insuficiente para compreender o mundo.
            Nesse movimento seres humanos que tinham condições de viajar mais e conhecer culturas diferentes, eram entendidos como mais sábios, criando o movimento dos sofistas, que seriam precursores dos filósofos. Os sofistas compartilhavam suas verdades sobre os sentimentos humanos e aquilo que conheciam em suas viagens a terras distantes, mas isso tinha um custo. Nesse sentido, efetuando uma critica tanto ao fato de os sofistas cobrarem pelo conhecimento, como até mesmo em um questionamento da validade desse conhecimento, surge Sócrates, que retomaremos logo mais.
            No mesmo período dos sofistas, tínhamos os filósofos da fisís, sujeitos que se dedicavam a tentar explicar o surgimento do universo, por vias mais racionais e sensatas do que a religiosa. Para isso uma de suas grandes buscas foi o arché, supostamente uma substância da qual teria surgido todo o conhecido. Seu método partia da dedução e raciocínio lógico, tentando criar suposições coerentes.
            Sócrates anteriormente mencionado era um apreciador do método de pensamento dos filósofos da fisís, mas tinha grande interesse pelo material de estudo dos sofistas. Desse modo ele tenta, utilizar a sistematização de pensamento dos filósofos aplicada aos sentimentos e pensamentos humanos. Seria ele o responsável por mudar o foco de analise da filosofia.
            A filosofia perdurou por anos como a principal forma de acesso ao conhecimento, mas de suas próprias entranhas, surgiria a sua substituta, para alguns, que de fato consideram esse nova forma como mais coerente que a anterior, para outros como eu, é apenas um método paralelo, não necessariamente melhor.
            A cada novo filósofo, parecia mais coerente se deixar levar mais pelos dados sensoriais do que pelo pensamento lógico. Os filósofos começam a desejar mais sentir e tentar, ao pensar e deduzir. Desse modo começam a valorizar de maneira significativa a experiência no mundo, as sensações e observações, dando força ao método cientifico.
            A realidade é que mesmo com a ciência sendo considerada o método mais valido atualmente, ainda apresenta centenas de falhas e a forma como a maioria continua acessando o conhecimento, ainda é pelo método filosófico, pois mesmo a construção do conhecimento sendo cientifica, a maioria das pessoas não replica experimentos no seu dia a dia, para conferir a validade deles, o que fazem, é apenas confiar por dedução lógica que as coisas devem ser feitas do modo que fazem. Quando um médico receita o medicamento, seu paciente não testa em laboratório a formula antes de consumi-lo, o que faz é deduzir por lógica que o médico teve uma formação adequada para receitar-lhe aquele medicamento e que esse remédio foi testado e comprovada sua eficiência por pessoas da área. Mas de fato, o paciente não experienciou nada disso, nem a formação do médico, nem os experimentos com o medicamento, por isso todo o conhecimento que ele tenha ou a confiança que deposita no profissional e no medicamento, advém de um pensamento filosófico e não cientifico.