domingo, 2 de dezembro de 2018

MINHA DOCE LUA



Minha doce Lua.

Brincadeira de criança
Que virou paixão de adulto.

Quem diria
Você diz que o universo previa
Eu, como ateu
Nada prevejo, apenas vivo.

Aliás, como pode?
Tanto incomodo
Pela minha descrença?

Não creio no metafisico,
Mas no sorriso sincero de uma criança?!
Nisso sim, coloco meu voto de confiança.

A luz da Lua
O luar do coração
Quem caminha na escuridão,
Conhece seu valor.

Não rimou?
Nem tudo é para rimar
Algumas coisas
Apenas é preciso falar.

Mas valor de que?
O próprio?
O do outro?
Ou o da luz?

Talvez seja preciso tatear muito a escuridão
Para reconhecer a luz e sua ilusão
Mesmo a luz do Sol, nosso máximo rei
Deus antigo
Até ele produz sombras.

Talvez algumas pessoas apreciem a luz do sol
Mas também reconhecem que é só na ausência temporária dela
Que se torna possível ver as estrelas.
Com sorte e um pouco de conhecimento
Os planetas

Mas afinal...
Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter ou Saturno?
Para qual deles vamos, após morrer?

Ou ainda
Será vamos encontrar o Pequeno Príncipe?
Conhecer sua Rosa e seu Vulcão?
Creio que não!

Crer...
Talvez o que me falta não seja crença
Mas sim, sentido para crer.

Ou talvez,
Quando Lilith nos serviu do fruto proibido
Eu o saboreei mais do que todos
Eu apreciei cada pedaço
Do doce amargor do conhecimento.

Você se propôs a me salvar
Mas talvez esqueceu de se perguntar,
Se eu precisava ser salvo.

Será que desejava me salvar?
Ou queria que eu a salva-se?

Ainda acredita em um príncipe encantado não?
Deixe-me te contar um segredo
Príncipes andam armados de espada
Talvez não sejam tão bons quanto parecem.

Mas isso sempre se fez questão
Não?
Bem e mal
Mal e bem.

A velha guerra de mundos
Deus e diabo
Diabo e deus.
Ou seria um anjo?

Anjo de luz
O anjo mais iluminado dos céus
Trazendo luz
Até mesmo em seu nome.

Teme a escuridão?
Não!
Mas não a vê em você.

Talvez só se possa fazer luz
A partir da escuridão

A escuridão não permite ver muito
Mas a luz também cega
E depois de muito tempo na luz
Às vezes o escuro permite descansar.

Assim como quando para a luz voltar
É preciso os olhos acostumar.

Mas nesse jogo
De: Desejos, pensamentos, sentimentos e ilusões
Quem de fato está na luz?
E quem está na escuridão?

Ao ver o mundo pela luz de uma vela
Acredita-se ser muito
Mas ao se deparar com o Sol
Entende-se que nunca se havia abandonado a escuridão.

Mas entremeio
Vela e Sol
Lá está ela
Bela Lua Cheia

Cheia de luz
Cheia de crateras
Cheia de belezas

Ela consegue se mostrar na luz do dia
Mas quão mais bela fica
Quando somente seu reflexo se faz notar.

A luz do luar
Declarou-me seu amor
Meu problema é que li Platão demais
Meus verdadeiros amores
Permanecem na fantasia.

2 comentários:

  1. Que pena um poema tão bonito de uma pessoa que não acredita em Deus, não me entenda mal eu ti respeito e admiro, para falar a vdd o melhor vídeo sobre ateísmo na internet que vi foi o seu. Mas mesmo assim uma pena vc não crer em Deus, perdemos um grande crente, mas ganhamos um grande cientista.

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