Temos três formas básicas de
acesso ao conhecimento: Mitologia, Filosofia e Ciência.
Na
primeira e mais antiga, o ser humano buscou explicar o mundo através de deuses
e suas vontades. Nesse período o que hoje é distinguido como fantasia e
realidade, não fazia sentido, pois o mito era a forma mais eficiente de
compreender a realidade. Mas essa eficiência foi se tornando questionável, a
cada nova experiência vivida o mito se tornava mais insuficiente para
compreender o mundo.
Nesse
movimento seres humanos que tinham condições de viajar mais e conhecer culturas
diferentes, eram entendidos como mais sábios, criando o movimento dos sofistas,
que seriam precursores dos filósofos. Os sofistas compartilhavam suas verdades
sobre os sentimentos humanos e aquilo que conheciam em suas viagens a terras
distantes, mas isso tinha um custo. Nesse sentido, efetuando uma critica tanto
ao fato de os sofistas cobrarem pelo conhecimento, como até mesmo em um
questionamento da validade desse conhecimento, surge Sócrates, que retomaremos
logo mais.
No
mesmo período dos sofistas, tínhamos os filósofos da fisís, sujeitos que se
dedicavam a tentar explicar o surgimento do universo, por vias mais racionais e
sensatas do que a religiosa. Para isso uma de suas grandes buscas foi o arché,
supostamente uma substância da qual teria surgido todo o conhecido. Seu método partia
da dedução e raciocínio lógico, tentando criar suposições coerentes.
Sócrates
anteriormente mencionado era um apreciador do método de pensamento dos filósofos
da fisís, mas tinha grande interesse pelo material de estudo dos sofistas.
Desse modo ele tenta, utilizar a sistematização de pensamento dos filósofos aplicada
aos sentimentos e pensamentos humanos. Seria ele o responsável por mudar o foco
de analise da filosofia.
A
filosofia perdurou por anos como a principal forma de acesso ao conhecimento,
mas de suas próprias entranhas, surgiria a sua substituta, para alguns, que de
fato consideram esse nova forma como mais coerente que a anterior, para outros
como eu, é apenas um método paralelo, não necessariamente melhor.
A
cada novo filósofo, parecia mais coerente se deixar levar mais pelos dados
sensoriais do que pelo pensamento lógico. Os filósofos começam a desejar mais
sentir e tentar, ao pensar e deduzir. Desse modo começam a valorizar de maneira
significativa a experiência no mundo, as sensações e observações, dando força
ao método cientifico.
A
realidade é que mesmo com a ciência sendo considerada o método mais valido
atualmente, ainda apresenta centenas de falhas e a forma como a maioria
continua acessando o conhecimento, ainda é pelo método filosófico, pois mesmo a
construção do conhecimento sendo cientifica, a maioria das pessoas não replica
experimentos no seu dia a dia, para conferir a validade deles, o que fazem, é
apenas confiar por dedução lógica que as coisas devem ser feitas do modo que
fazem. Quando um médico receita o medicamento, seu paciente não testa em
laboratório a formula antes de consumi-lo, o que faz é deduzir por lógica que o
médico teve uma formação adequada para receitar-lhe aquele medicamento e que
esse remédio foi testado e comprovada sua eficiência por pessoas da área. Mas
de fato, o paciente não experienciou nada disso, nem a formação do médico, nem
os experimentos com o medicamento, por isso todo o conhecimento que ele tenha
ou a confiança que deposita no profissional e no medicamento, advém de um
pensamento filosófico e não cientifico.
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